HISTÓRICO
Na década de 1990, a Faculdade de Medicina da UFRJ implantou uma nova política de ensino, buscando responder a novas demandas para a formação da área da saúde, através de um programa interdepartamental de Atenção Primária à Saúde (PAPS), hoje incorporado ao recém-criado Departamento de Medicina de Família e Comunidade (DMFC), desde 2019 denominado Departamento de Medicina em Atenção Primária à Saúde (DMAPS). A este processo se somou à criação do Instituto de Saúde Coletiva da UFRJ e a transformação do Hospital Escola São Francisco de Assis em um Instituto voltado para o ensino da APS. Ressalta-se ainda as transformações ocorridas também na Escola de Enfermagem Ana Nery, no Curso de Nutrição e na Faculdade de Odontologia, visando à criação de estágios curriculares na rede básica de saúde
A diversificação dos cenários de prática, ao não restringir o processo ensino aprendizagem aos hospitais, promoveu competências para uma atuação profissional mais condizente com os princípios da equidade, integralidade e resolutividade nos distintos cenários do SUS. A busca das melhores evidências que garantissem uma atenção qualificada e humanizada nortearam as condutas dos profissionais envolvidos.
Na área de Saúde encontra-se em curso consistente esforço para a substituição do modelo tradicional de organização do cuidado em saúde, historicamente centrado quase que exclusivamente na assistência curativa e no atendimento hospitalar especializado. Estabeleceram-se também mecanismos de cooperação entre os gestores do SUS e as escolas de medicina, enfermagem e odontologia, visando melhoria da qualidade e a resolubilidade da atenção prestada ao cidadão em aspectos como a integração da rede pública de serviços de saúde e o processo de referência e contra referência; a formação profissional na graduação e a educação permanente, entendendo que o profissional de saúde encontra-se em contínuo processo de aprendizado na sua prática profissional.
Como outros desdobramentos da adesão ao Pró-Saúde e o PET-Saúde, incrementaram-se atividades de aperfeiçoamento em serviço dos profissionais da saúde, pesquisas, iniciação ao trabalho, assim como estágios e vivências, de acordo com as necessidades do Sistema Único de Saúde. As atividades passaram a ser desenvolvidas através de grupos tutoriais coordenados por um professor universitário, formado por profissionais de saúde que já trabalhavam na rede municipal e por estudantes de graduação de cursos das áreas da saúde já citadas.
Estas experiências de trabalho em equipe aglutinaram e motivaram o grupo de docentes a fazer a presente proposta de um curso de mestrado profissional em APS na UFRJ.
O Curso de Mestrado Profissional em APS foi uma construção coletiva dos docentes e profissionais envolvidos neste processo. Optou-se por sua localização no HESFA – Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis e gestão pelo Departamento de Medicina de Família e Comunidade (DMFC), já que está é a instância coordenadora do Pró-Pet- Saúde no âmbito da UFRJ.
